Arboviruses in Serra Norte, Carajás region, Pará, Brazil

Abstract

This report outlines studies carried out from 1982 to 1987 in Serra Norte, Carajás region, Pará State, to ascertain the existence of known or new arbovirus types in the area, especially those of medical interest, and to gather information about their natural patterns of activity. These studies have included both serological tests and attempts to isolate viruses from haematophagous insects, wild animals and man. A total of 184,884 haematophagous insects were collected and blood and tissue samples were obtained from 1,726 wild vertebrates caught in the area. Attempts to isolate viruses in suckling mice yielded 21 strains, including 15 different serological types, of which 7 have been shown to constitute new types, so far found only in the Brazilian Amazonian region, and two of them have already been confirmed to be new types to the world. Serological studies performed on 2,680 sera (1,380 humans and 1,300 wild animals) against selected arboviruses pointed out the circulation of several of these agents in the investigated area. The Carajás region therefore, maintains established ecosystems which are rich in arbovirus fauna, and exploration of these natural niches must be done carefully and rationally to avoid breaking out the current foci of infestation maintained in the forest. Further studies are necessary to obtain a better understanding of these agents in this region and of the threats that they may pose to the health of humans and livestock.

Este relato descreve estudos efetuados no período de 1982 a 1987, em Serra Norte, região dos Carajás, Estado do Pará, para averiguar a existência de conhecidos ou novos tipos de arbovírus na área, especialmente, aqueles de interesse médico, e colher informações acerca de seus padrões naturais de atividades. Esses estudos incluíram testes sorológicos e tentativas para isolamento de vírus a partir de insetos hematófagos, animais silvestres e humanos. Um total de 184.884 insetos hematófagos foram coletados. Sangue e ,vísceras foram obtidos de 1.726 vertebrados silvestres capturados na área. As tentativa para isolar ,vírus em camundongos recém-nascidos forneceram 21 amostras, incluindo 15 tipos sorológicos diferentes; destes, demonstrou-se que sete eram tipos novos, encontrados somente na Amazônia Brasileira, e dois deles já foram confirmados ser em tipos novos para o mundo. Estudos sorol6gicos executados em 2.680 soros (1.380 humanos e 1.300 animais silvestres) contra arbovfrus selecionados indicaram a circulação de diversos desses agentes na área investigada. A região dos Carajás, por conseguinte, mantém ecossistemas estabelecidos que são ricos em arbovírus. Assim, a exploração desses nichos naturais deve ser feita cuidadosa e racionalmente para evitar a rutura do focos correntes de infestação mantidos na floresta. Estudos ulteriores são necessários para obter um melhor conhecimento desses agentes nessa região e os danos que eles possam causar à saúde humana e de animais domésticos.