Isolamento e identificação molecular dos enterovírus não pólio em casos de paralisia flácida aguda, ocorridos na Região Norte do Brasil, no período de 1996 a 2006
Autor
Alves, Jainara Cristina dos Santos
Wanzeller, Ana Lúcia Monteiro
Silveira, Edna da
Alves, Antônia dos Santos
Primo, Euda Galiza
Oliveira, Darleise de Souza
Linhares, Alexandre da Costa
Gomes, Maria de Lourdes Contente
Castro, Ceyla Maria Oeiras de
Resumen
Os enterovírus (EV) de origem humana pertencem à família Picornaviridae, possuem 30 nm de diâmetro, genoma
de RNA de fita simples, sua transmissão é de via fecal-oral e têm sido relacionados a surtos de diversas doenças do
sistema nervoso central. O estudo objetivou identificar a presença de enterovírus não pólio (EVNP) isolados de casos de
paralisia flácida aguda (PFA). Linhagens celulares HEp-2C e RD que apresentaram efeito citopático foram selecionadas
para testes moleculares posteriores. O RNA viral foi extraído utilizando-se o kit QIAamp Viral RNA. Os iniciadores 222
e 292, os quais amplificam parte da região VP1 do genoma dos EV, foram usados na técnica de reação em cadeia
da polimerase precedida de transcrição reversa (RT-PCR) para a detecção molecular viral, produzindo um amplicon
de 356 nucleotídeos. Entre os anos de 1996 a 2006, 538 amostras fecais de casos suspeitos de PFA, provenientes de
toda a Região Norte do Brasil, foram encaminhadas ao Instituto Evandro Chagas. Deste total, 78 (14,5%; 78/538)
apresentaram efeito citopático nas duas linhagens celulares. Posteriormente, 51 (65,4%; 51/78) foram positivas por
RT-PCR. Os casos positivos de EV foram detectados nos Estados do Amazonas (14/51; 27,4%), Amapá (13/51; 25,5%),
Pará (11/51; 21,6%), Rondônia (10/51; 19,6%) e Tocantins (3/51; 5,9%). A identificação por sequenciamento genômico
foi possível em 40 amostras. Echovírus (20 casos, nove sorotipos) e coxsackievírus (dez casos, três sorotipos) foram as
espécies predominantes encontradas. Os resultados deste estudo corroboram outros realizados no Brasil e no mundo,
e servem de base para o melhor entendimento da epidemiologia molecular dos EV circulantes na Região Amazônica e
a associação de seus diversos sorotipos com casos de doenças neurológicas. Enteroviruses (EV) of human origin belong to the family Picornaviridae, they have 30 nm in diameter, genome of
single-stranded RNA, with fecal-oral transmission and have been related to outbreaks of several diseases of the central
nervous system. This study aimed to identify the presence of non-polio enteroviruses (NPEV) isolated from cases of acute
flaccid paralysis (AFP). Cell lines Hep-2C and RD that presented cytopathic effect were selected for further molecular tests.
The viral RNA was extracted using QIAamp Viral RNA mini kit. Primers 222 and 292, which increased part of the VP1
region of EV genome, were used in the reverse transcription polymerase chain reaction (RT-PCR) technique for molecular
virus detection, producing an amplicon of 356 nucleotides. From 1996 to 2006, 538 fecal samples of AFP suspected
cases from Northern Brazil were sent to the Instituto Evandro Chagas. Of this total, 78 (14.5%, 78/538) presented
cytopathic effect in both cell lines. Thereafter, 51 (65.4%, 51/78) were positive by RT-PCR. EV positive cases were
detected in the States of Amazonas (14/51, 27.4%), Amapá (13/51, 25.5%), Pará (11/51, 21.6%), Rondônia (10/51,
19.6%) and Tocantins (3/51, 5.9%). Genomic sequencing identification was performed in 40 samples. Echovirus (20
cases, nine serotypes) and coxsackievirus (ten cases, three serotypes) were the predominant species found. The results
of this study corroborate others conducted in Brazil and in the world, and serve as basis for better understanding about
molecular epidemiology of EV circulating in the Amazon Region and its connection with several serotypes cases of
neurologic diseases.
Referencia
ALVES, Jainara Cristina dos Santos et al. Isolamento e identificação molecular dos enterovírus não pólio em casos de paralisia flácida aguda, ocorridos na Região Norte do Brasil, no período de 1996 a 2006. Revista Pan-Amazônica de Saúde, v. 5, n. 1, p. 35-42, mar. 2014. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232014000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt >. Acesso em: 26 fev. 2018.DeCs
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