Fatores de risco para câncer em lesões de cérvice uterina

Abstract

Embora a associação entre Papilomavírus humano (HPV) e lesões malignas em cérvice uterina esteja bem estabelecida, acredita-se que vários outros fatores possam estar implicados na gênese do processo. Objetivou-se, com este estudo, verificar a prevalência de alguns desses fatores epidemiológicos em mulheres atendidas no Instituto Ofir Loiola, em Belém, Pará, no período de março de 1992 a maio de 1996. As pacientes foram submetidas à biópsia de colo uterino e, conforme diagnóstico histopatológico, reunidas em 3 grupos para melhor análise epidemiológica. No grupo A (155/228) reuniram-se aquelas com adenocarcinoma ou com carcinoma epidermóide invasor; no grupo B (54/228) as com neoplasia intra-epitelial grau II ou grau 111 (NIC II ou NIC 111) e no grupo C (19/228) as com cervicite crônica. A grande maioria das mulheres dos grupos A (41,1 por cento) e B (35,4 por cento) admitiu iniciação sexual precoce. Esse percentual foi de 15,8 por cento nas pertencentes ao grupamento C. Por outro lado, a grande maioria das mulheres, nos três grupos estudados, referiu de 1 a 3 parceiros, não caracterizando comportamento sexual promíscuo. 69, 3 por cento, 54,9 por cento e 68,4 por cento das pacientes dos grupos A, B e C respectivamente referiram 6 ou mais gestações. Os anticoncepcionais hormonais foram utilizados por 20,8 por cento das pacientes do grupo A, 41,0 por cento das do grupo B e 66,7 por cento daquelas do grupo C. A prática do tabagismo foi referida por 56,7 por cento, 48,1 por cento e 63,2 por cento das mulheres incluídas nos grupamentos A, B e C, respectivamente