Investigações sôbre esquisotripanose de morcegos no Estado do Pará: encontro do barbeiro cavernicola pilosa como transmissor

Abstract

No Estado do Pará encontram-se as seguintes espécies de morcegos parasitadas por Schizotrypanum: Choeronycteris minor Dirias albiventer, Eumops abrasus, Glossophaga soricina, Hemiderma perspicillatum, Lonchophylla mordax, Micronycteris megalotis, Phyllostomus elongatum e Saccopteryx bilineata. Quasi todos os morcegos capturados na ilha de Marajó habitavam troncos de árvores ocas, onde também foram achados lnvertebrados hematófagos que vivem do seu sangue. O barbeiro Cavernicola pilosa Barber foi aí encontrado, mostrando-se infectado por Schizotrypanum na percentagem de 42.1. Outros sugadores capturados mostraram-se livres de flagelados: Latrocimex spectans Lent, Cimex limai Pinto e Ornithodoros dunni Matheson. Inoculações de dejeções de C. pilosa infectados foram negativas em cobaia e camondongo, positiva em Dirias albiventer. Cão, cobaia e camondongo inoculados com sangue de H. perspicillatum infectados, não mostraram infecção aparente, sendo positivas as inoculações em morcegos normais (H. perspicillatum, A. jamaicensis lituratus). Esta última espécie não se infectou por inoculação de sangue de P. elongatum parasitado. Xenodiagnósticos praticados com Triatoma brasiliensis e Rhodnius prolixus, em D. albiventer e G. soricina infectados, foram negativos. Dos barbeiros desta espécie que sugaram H. perspicillatum infectados, somente 1 T. brasiliensis mostrou raros flagelados no intestino.