A aplicação domiciliar de DDT no contrôle da Malária em localidades da Amazônia (Publicado originalmente em 1948).

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http://patua.iec.gov.br//handle/iec/3372xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-author
Deane, Leônidas de Mello
Freire, E. P. Serra
Tabosa, Walter
Ledo, José
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Os autores relatam observações sôbre a aplicação
domiciliar do DDT como medida única empregada no contrôle da
Malária transmitida pelo Anopheles darlingi, em localidades da
Amazônia brasileira. O método foi primeiro experimentado na cidade de
Breves, Pará, a partir de maio de 1945, e os bons resultados cêdo obtidos
motivaram a extensão de seu emprêgo, que até setembro de 1947
abrangia 27 localidades (Quadro 1 e Fig. 1), com uma população
aproximada de 33 mil pessôas. O inseticida usado é uma solução de DDT a 5% em
querosene. O equipamento é discriminado no Anexo 1 e figurado nas
Fotos 1, 2 e 3*[sic]. As aplicações, a princípio executadas com intervalos
de dois mêses, passaram depois a ser feitas de quatro em quatro mêses,
por equipes formadas de um guarda-aspersor e um auxiliar-abastecedor.
Na maioria das localidades trabalha uma só equipe; naquelas onde há
mais de uma, existe ainda um guarda-chefe, para fiscalizá-las. Em Belém e Manáus somente pequenos trechos da cidade
são tratados, com fim experimental (Quadro 1 e Figs. 2 e 3), porém nas
demais localidades são dedetizados todos os prédios de moradia, ou
aquêles onde se reunem pessoas à noite (como cinemas, teatros, igrejas
ou escritórios). Tôdas as paredes internas das casas são aspergidas, até a
altura de cêrca de 3m, por se ter verificado que sòmente uma proporção
pequena de fêmeas de darlingi repousa acima dêsse nível. No último ciclo de tratamento, que compreendeu 7.303
prédios (Quadro 2), a média de casas tratadas por equipe por dia foi
nove, o tempo médio de aspersão por casa foi 24 minutos, e a média de
inseticida por casa foi 8,046 litros, mas êsses números variaram muito
conforme a localidade. No total das aplicações (Quadro 3), foram tratados
24.881 prédios e as médias obtidas não diferiram muito das precedentes. A média de cristais de DDT por metro quadrado de
superfície foi 2,113 gramas, e a de área coberta com um litro de
inseticida foi 24,23 metros quadrados, variando entretanto amplamente
de um lugar para outro (Quadro 4). O custo médio do tratamento de uma casa no último
ciclo (Quadro 5), foi CR$32,20, mas houve grande variação de
localidade a localidade, principalmente por causa do preço de transporte
do material, que oscilou entre 11,4% e 51,4% do custo global. Em todas as localidades, exceto aquelas utilizadas para
experiência, as aplicações de DDT são parcial ou totalmente pagas
pelos govêrnos estaduais, territoriais ou municipais ou por particulares.
A instalação ou o prosseguimento da dedetização tem sido custeados
por subscrição popular voluntária em alguns lugares, em um dos quais
(Óbidos) o primeiro tratamento foi inteiramente pago pelo público. Os resultados obtidos foram muito bons em Breves e
Santa Mônica, onde se fez aplicações bimestrais durante dois anos
seguidos. Em Breves, por exemplo, houve uma baixa notável na
incidência do Paludismo: Os índices plasmódicos e esplênico desceram
de 22% e 45% antes da dedetização para 1,5% e 16,8% um ano depois
do início das aplicações, e 0,3% e 8,3% respectivamente ao fim do
segundo ano de tratamento (Quadro 6 e Fig. 8); nenhum exemplar de
darlingi foi encontrado nas casas desde o terceiro mês após o início da
dedetização, e a partir do sexto mês apenas ocorreram na cidade casos
esporádicos de Paludismo (Quadro 7 e Fig. 9), não se tendo registrado
nenhum de comprovada autoctonia entre crianças nascidas depois que
se começaram as aplicações. Nas demais localidades, embora o tempo de observação
ainda seja curto, os resultados são animadores. No total das cidades
onde se fez inquérito de Malária antes e depois da dedetização, o índice
plasmódico baixou de 9,9% para 3,1% e o esplênico de 24,6% para
13,7% (Quadro 6 e Fig. 8). Após o início das aplicações foram registrados pelos postos do SESP, nas localidades tratadas, apenas
43,3% do número de casos de Malária em residentes atendidos em
igual período antes da dedetização, enquanto em áreas não tratadas
houve, êste ano, 90,9% do número de casos registrados na mesma época
no ano passado (Quadros 9 e 10). Inquéritos entomológicos regulares
feitos em quatro localidades (Manáus, Amapá, Macapá e Mazagão)
mostraram que depois da dedetizaçao o darlingi tornou-se raro nas
casas ou delas desapareceu inteiramente (Quadro 11).
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DEANE, Leônidas de Mello et al. A aplicação domiciliar de DDT no contrôle da Malária em localidades da Amazônia (Publicado originalmente em 1948). In: INSTITUTO EVANDRO CHAGAS (Belém). Memórias do Instituto Evandro Chagas, v. 4. Belém:Instituto Evandro Chagas, 2002. p. 325-374. (Produção científica, v. 4).xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-decsPrimary
Malária / prevenção & controleDDT / uso terapêutico
DDT / farmacologia