Epidemia de vírus Oropouche no leste do Estado do Pará, 1979

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http://patua.iec.gov.br/handle/iec/364xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-author
Freitas, Ronaldo Barros de
Pinheiro Filho, Francisco de Paula
Santos, Marco Antônio Vasconcelos
Rosa, Amélia Paes de Andrade Travassos da
Rosa, Jorge Fernando Soares Travassos da
Freitas, Emanuel Nazareno de
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Uma extensa epidemia de doença febril causada
pelo vírus Oropouche ocorreu na parte leste
do Estado do Pará, em 1979. A virose foi detectada
em 10 localidades, inclusive em Belém, capital
do Estado. O vírus foi isolado de 62 casos febris,
31 dos quais eram residentes na vila de Santa Izabel,
situada 40 km a leste de Belém. Os primeiros
casos foram confirmados na vila de Santa Izabel,
no começo de março; é provável, entretanto, que o
surto tenha-se iniciado em janeiro. A exceção de
Ananindeua, onde a epidemia foi reconhecida somente
em novembro de 1979, nas demais localidades
a ocorrência verificou-se no período de março
a julho. Um estudo prospectivo realizado de março
a junho em Santa Izabel, abrangendo 97 moradias
com 537 residentes, mostrou que 63% (49/78) das
pessoas infectadas, no mínimo, desenvolveram
manifestações clínicas. Testes soro lógicos revelaram
que a incidência da infecção em 7 localidades
oscilou de 4,8% a 50,8%, e que pelo menos 27.253
pessoas contraíram a virose. Esta estimativa é conservadora,
posto que somente 6 bairros de Belém
foram examinados, bem como não se determinou a
incidência da virose em 3 das localidades atingidas.
Todos os grupos etários foram infectados, em bora
a incidência tenha sido mais elevada nos grupos
mais jovens. O sexo feminino foi ligeiramente mais
afetado do que o masculino. Os estudos sorológicos
revelaram, ainda, que o vírus Oropouche já havia
ocorrido, no passado, em todas as 7 localidades;
este fato, contudo, só era conhecido com respeito
a Belém, onde duas epidemias já haviam sido
detectadas, em 1961 e em 1968. Conseguiu-se o
isolamento de uma amostra do vírus Oropouche a
partir de 21.174 Culicoides paraensis coletados em
Belém, Santa Izabel e Ananindeua durante o período
epidêmico: a amostra isolada foi obtida de
5.045 Culicóides coletados em Belém. Nenhum
agente foi isolado de 4.740 Culex quinquefasciatus,
nem de 271 culicíneos de outras espécies examinados.
Anticorpos para o vírus Oropouche foram
encontrados em 2,3% (3/126) das aves silvestres
de Santa Izabel, mas em nenhum dos 81 morcegos
capturados na mesma localidade. É provável
que a introdução do vírus nos núcleos urbanos afetados
em 1979 tenha-se originado em Tomé-Açú,
onde ocorrera uma epidemia no ano anterior. A widespread epidemic of Oropouche virus
disease occured in the eastern part of Pará State, in 1979. Ten localities were affected, including
Belém, the capital of the State. Oropouche virus
was isolated from 62 febrile patients, 31 of whom
were residents of the town of Santa Izabel, which
is located 40 km east of Belém. The first cases
were diagnosed in Santa Izabel early in March; the
outbreak, however, probably began in January.
With the exception of Ananindeua where the epidemic
was recognized only in November of 1979,
the other localities were affected from March to
July. A follow-up study undertaken from March to
June in Santa Izabel, involving 97 families with
537 persons, revealed that the least 63% (49/78)
of persons infected developed clinical manifestations.
Serological tests showed that the incidence
of the infection in 7 of the localities varied from
4.8% to 50.8% and that some 27,253 persons were
infected. This is a low estimate since only 6 districts
of Belém were examined, and no estimate
was for 3 of the affected localities. Ali age groups
were infected, although the incidence was higher
among the younger groups. Infection was slightly
more common in female than males. The serological
studies revealed that Oropouche virus had
occurred in the past in ali 7 localities, although the
vírus was only recorded previously from Belém
where two epidemics were documented in 1961
and 1968. One strain of Oropouche virus was recovered
from 21,174 Culicoides paraensis collected
in Belém, Santa Izabel and Ananindeua during the
epidemic period; the isolate was obtained from the
5045 biting midges caught in Belém. No agent was
recovered from 4740 Culex quinquefasciatus, or
from 271 mosquitoes of other species examined.
Antibodies to Oropouche virus were found in 2,3%
(3/126) of wild birds captured in the Santa Izabel
area, but the 81 bats from the same locality were
negative. It is probable that the introduction of
Oropouche virus into the urban areas in 1979
originated from Tomé-Açú, where an epidemic
occurred the year before.
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FREITAS, Ronaldo Barros de et al. Epidemia de vírus Oropouche no leste do Estado do Pará, 1979. Revista da Fundação Serviços de Saúde Pública, v. 25, n. 2, p. 59-72, 1980.xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-decsPrimary
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