Mecanismos fisiopatológicos de lesão da medula espinhal e a contribuição do exercício físico na recuperação funcional dos indivíduos

Abstract

Lesões da medula espinhal (LME) são devastadoras tanto do ponto de vista orgânico quanto psicológico por alterar a vida e a saúde dos indivíduos que, na maioria, são jovens e que eram fisicamente ativos no estado pré-lesão. Devido a sua gravidade e irreversibilidade, tais lesões provocam tanto transtornos emocionais pela baixa qualidade de vida quanto socioeconômicos por causa dos custos médicos, reabilitação ou pela própria invalidez gerada. O conhecimento do processo fisiopatológico da LME é importante para delinear estratégias adequadas e minimizar complicações decorrentes desse tipo de lesão. Tal processo compreende mecanismos de injúrias primárias, resultante de danos mecânicos que culminam com a transferência de energia cinética para a medula espinhal, e secundárias que tem início logo após a lesão primária ter ocorrido e pode se prolongar por vários meses e que são responsáveis por expandir e exacerbar a lesão. Neste capítulo iremos tratar dos processos fisiopatológicos da LME – excitoxicidade, inflamação, estresse oxidativo, peroxidação lipídica, necrose e apoptose. Em virtude da recente publicação da Resolução CONFEF nº 391/2020 que dispõe sobre o reconhecimento e a definição da atuação e competência do Profissional de Educação Física em contextos hospitalares, também iremos abordar a importância do exercício físico para os indivíduos acometidos por LME bem como a forma de prescrição dos exercícios, uma vez que o exercício pode ser usado como uma ferramenta para melhorar a saúde, reduzindo as complicações médicas multissistêmicas exclusivas observadas nesses indivíduos