Oncocercose ocular no Brasil

xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-date
1979xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-files-viewOpen
xmlui.mirage2.itemSummaryView.MetaData
xmlui.ArtifactBrowser.ItemViewer.show_fullxmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-uri
http://patua.iec.gov.br/handle/iec/793xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-author
Belfort Junior, Rubens
Moraes, Mário Augusto Pinto de
xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-abstract
Em 2 inquéritos levados a cabo entre índios Yanomama, do Território Federal de Roraima, Nos quais é endêmica a oncocercose estudaram-se as possíveis lesões oculares determinadas pelas microfilárias de O. volvulus. Ao todo examinaram-se 148 indígenas, sendo 77 no rio Mucajaí e 71 no rio Catrimâni. Em Boa Vista, capital do Território, 3 outros índios com oncocercose, procedentes do rio Toototobi, também tiveram seus olhos examinados. Uma alta freqüência de alterações oculares, principalmente corneanas, foi encontrada nas duas localidades. As lesões predominantes eram opacidades numulares corneanas, de diâmetro ao redor de 1,2 mm, em geral unilaterais e variando em número de 1 a 9. Também se anotaram linhas subepiteliais esbranquiçadas (cracked ice), lesões em tempestade de neve (snowstorm), ceratite esclerosante e iridociclite. Algumas das lesões, afetando a córnea e trato uveal anterior, eram graves, com perda visual importante (estimada em 1,9% no Mucajaí e 2,8% no Catrimâni), porém a maior parte
dos casos apresentava apenas opacidades periféricas da córnea, sem interferência na visão. Em nenhum índio se observou lesão do pólo ocular posterior sugestiva de oncocercose. No rio Mucajaí, 69 índios residiam na missão e 8 eram visitantes. Microfilárias de O. volvulus puderam ser encontradas apenas em 8-5 residentes e 3 visitantes. Opacidades corneanas, no entanto, existiam em 39 (50,6%) índios: os 8 positivos e mais 31 negativos. No rio Catrimâni, o número de visitantes sobrepujou o de residentes: 41 e 30, respectivamente. Dos visitantes, 33 (80,4%) estavam infestados por O. volvulus; lesões oculares existiam em 25 dos positivos e em 4 dos 8 negativos. Entre os residentes, apenas 2 (6,6%)
foram positivos para O. volvulus. Nenhum dos 2 tinha lesões oculares, mas 5 dos 28 negativos apresentavam opacidades corneanas. As lesões oculares mais graves pertenceram todas aos visitantes.
Os 3 índios do rio Toototobi também exibiram opacidades corneanas, múltiplas e em ambos os olhos. Como quase todos os visitantes procediam da parte alta dos rios, concluiu-se que a endemia
nessa região já é bastante grave, o mesmo
não acontecendo nos locais dos inquéritos - parte média do Mucajaí e do Catrimâni - onde o baixo índice de infestação encontrado, sugere, ademais, que a doença foi aí introduzida recentemente, ou então que não,
há transmissão na área por falta de um vetor apropriado. Uma conclusão definitiva só po
derá ser tirada pelo estudo dos prováveis vetores no território Yanomama.
xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-citation
BELFORT JUNIOR, Rubens; MORAES, Mário A. P. Oncocercose ocular no Brasil. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 25, n. 4, p. 123-127, abr. 1979.xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-decsPrimary
Oncocercose ocular / diagnósticoÍndios Sul-Americanos
Brasil (BR)